quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

To Love Somebody

Um pequeno dueto de cantores de folk recentes: Damien Rice e Ray LaMontagne.

10 comentários:

Felipe Medeiros disse...

Anda ouvindo isso enquanto come damascos e beberica um bom vinho também?

Bosta da porra.

by Nando Oliveira disse...

Não é nenhuma maravilha, mas não é uma bosta como falou Marcelino, hehe.

Damien supera demais o Ray e a canção não consegue ter nenhum pico de emoção, sei lá, estranho...

Nota 6.0

José Roberto disse...

Citando Valéry para introduzir comentários de blog e reclamando de damasco/vinho? No mínimo, inusitado. No máximo, egotrip de boiga.

Vamos fumar um Camel e lamentar a morte do ET. Muito mais futuro.

Felipe Medeiros disse...

Pois. Para mim, mais do que claro o tom de insinuação à viadagem do Tatanka por colocar esse mela-mela no blog.

Mas, elitismo ao citar Valéry num contexto de alcance tão simples como aquele da resposta do Radiohead?

Por quê?

Eu poderia escrever sem citá-lo, mas, enfim, a frase não é minha, e não tive como colocar em itálico. Acho-a de uma contundência imensa. Não é nem um pouco elitista (como o pensamento geral de valéry, que está disponível no e-mule para quem quiser comprovar); pelo contrário, é de uma serenidade que eu adoraria encontrar algum dia nas palavras. E a achei orgânica na disposição da minha opinião. Mas se você acha que é ele é um autor pouco conhecido da maioria, inclusive de quem lê este blog, por isso uma citação metida à refinada, aí cabe a você responder por si mesmo, de colocar na balança os julgamentos que faz do alcance intelectual das outras pessoas.

Também não acho que comentários em blogs se limitem a batidas de ponto jocosas ou presas a declarações mais deterministas (embora eu faça isso também, porque é gostoso). Acho que as discussões que ocorrem nos blogs de Bruno e do Sérgio (só para ficarmos naqueles que você freqüenta) muitas vezes sacodem os alicerces das nossas certezas sobre um assunto, posicionamento. Acho extremente válidos e honestamente aprendo demais (confrontando-me) com os dois.

E vai me desculpar, mas acho esse tipo de comentário muito mais "snob", em se tratando dum post de Pop-Rock. Muito mais inorgânico e despropositado para quem iria dar um "abraço":

"Não escutei e nem sei do que se trata. Tô numa fase jacobina de só escutar Sinatra e Carlos Gardel."

Compra aí cinco carteiras de Camel e fala de política com Guioday, mizera.

José "Soneca" Roberto disse...

Não tenho qualquer problema com discussões mais aprofundadas em caixas de comentário; em especial, as que ocorrem no blog do Bruno. Mas para travá-las devidamente, ou melhor, da maneira que eu acredito ser proveitosa, há de existir uma vontade de entrega intelectual e de civilidade - não confundir com condescendência - da qual teus comentários estão completamente desprovidos. O saldo final é um monólogo envolto por uma agressividade pré-adolescente e de um pernosticismo fulgurante - para ficar nos termos de caráter visual que tanto te afligem.

Posso até retirar alguma coisa de proveitosa do teu comentário sobre Radiohead, mas para tanto, é necessário esterilizá-lo do tom cínico e pretensiosamente revelador da coisa toda. Não sei se valeria a pena, se eu não soubesse que tinha sido escrito por você, um cara que comumente me diz muito. No entanto, a impressão que fica é que, quando você fala que a escrita do Valéry é "de uma serenidade que eu adoraria encontrar algum dia nas palavras", não há qualquer vontade real em fazê-lo. O que me pareceu, exclusivamente quanto a estes últimos comentários seus, é que eles se encontram embriagados com a sabedoria de suas ideias, evidências inescapáveis de suas certezas, completamente auto-suficientes em seus assaltos, que mais se assemelham a uma técnica argumentativa de defesa antecipada a qualquer discordância. Ou seja, a antítese do "discussões que [...] muitas vezes sacodem os alicerces das nossas certezas sobre um assunto, posicionamento".

E bem, a relação entre Valéry e elitismo, não fui eu quem fez. O fato de você levantá-la diz mais de seus próprios preconceitos. Eu finquei os pés, e achei que isso estivesse claro, no campo raso que era associar damasco e vinho com viadagem. Por que não adicionar à equação um poeta francês? Existe coisa que o senso comum identifique melhor com um universo de bichinhas afetadas? Pior só se fosse um ultra-romântico descabelado...

Quanto a quem lê esse blog, eu não tenho a menor ideia. O Tatanka deve imaginar, e tem razão, que eu raramente passo por essas bandas, portanto nem tive tempo de me acomodar nos pré-julgamentos usuais. Só digo que, entre batidas de ponto jocosas ou declarações deterministas - tem certeza que é esse o termo que você queria usar, mesmo? - e a pretensa elevação do teu comentário sobre o Radiohead, fico com os primeiros. Enchem menos o saco.

Em relação meu comentário acerca de Gardel e Sinatra, não cabe muita discussão. Fixei, com efeito cômico, meu completo e usual descompasso com as mais recentes atrações musicais de meus amigos, não as desmerecendo - embora não haja segredo quanto ao fato de achar uma merda a maioria das coisas citadas -, ou tentando posar de "prócer da elevação do nível intelectual dos blogs contemporâneos". Essa tarefa não me agrada. Dessa onda de auto-afirmação eu já passei, mas a mim parece ter sido muito mais divertido que está sendo para você. Ao menos eu só avacalhava; não tinha pretensão de elevar nada, além do meu cacete.

E obviamente meu comentário não foi orgânico; foi casual, irrefletido e quebradiço como um anacoluto. Não compartilho os seus padrões, ao menos não em todas as circuntâncias. Apesar de você saber que temos uma afinidade absurda nos mais diversos campos, tenho um certo conceito de conveniência e oportunidade
que me parece central para a eficácia da expressão de qualquer ideia, se de fato é este o intento. Nisso, parecemos inconciliáveis, ao menos nesses últimos comentários, que, ademais, não representam grande merda, assim como os meus.

E para permanecer no esnobismo, após iniciar o último parágrado citando gratuitamente uma figura de linguagem que impressiona - devia ter montado um oxímoro legal, ou um trecho com paronomásias acachapantes -, mando uma outra citação, dessa vez de Samuel Beckett, com o qual, muitas vezes e infelizmente, sou obrigado a concordar:

"Toda a palavra é como uma mácula desnecessária no silêncio e no nada."

José "Soneca" Roberto disse...

No mais, mantendo minha toada inorgânica - palavrinha feia -, aproveito para mandar um abraço e um beijo para minha mãe, meu pai, Roskete, Marcelino Gardenal, Bickenble, Nando, Gordo Manteiga, Koto Boy, Kiri Low, Diabo Hindu, todas as respectivas famílias, a galerinha do britpop e especialmente para você, Xuxa.

Agora tenho de voltar a minha discussão com o Guioday acerca da viabilidade da candidatura de Ciro Gomes ao governo de São Paulo. Apesar da mania de transformar monstros derrotados em gigantes assustadores, ele discute política com a maestria de um Norberto Bobbio. Além de ser mais bonito que todos os meus amigos supracitados.

Felipe Medeiros disse...

A questão não me pareceu a profundidade do meu comentário, que por sinal é um comentário, sem a pretensão de soar como texto ou ensaio. Se você fosse mais generoso, veria o tom do questionamento de Nando, a meu ver determinista. O tipo da negação à base da intimidação, ao estilo de que "se você não concorda comigo, está absurdamente errado." O que é de direito dele (e em geral se dá em críticas, porque toda posição é valorativa, para além da hipocrisia do bom tom), mas sem nenhuma concretização de sua observação (e nem falo de elevação, pelo caráter mais ligeiro mesmo das provocações).

A questão é:

(1) Se você escrevesse sobre o disco (indo além dessa agressividade pré-adolescente e de um pernosticismo fulgurante, camuflados pela bata do honnête homme), demonstrasse como meus comentários foram despropositados (alô intimidação novamente), compraria ou, ao menos, levaria a sério todo esse bla-bla-bla prolixo e fungante no tom de auto-importância (a qual, por sinal, me acusa também).

É-me completamente desestimulante responder a cartadas tão óbvias de réplicas, à base do desmerecimento nomeado em termos tão pueris de ofensa.

"Posso até retirar alguma coisa de proveitosa do teu comentário sobre Radiohead, mas para tanto, é necessário esterilizá-lo do tom cínico e pretensiosamente revelador da coisa toda. Não sei se valeria a pena, se eu não soubesse que tinha sido escrito por você, um cara que comumente me diz muito. No entanto, a impressão que fica é que, quando você fala que a escrita do Valéry é "de uma serenidade que eu adoraria encontrar algum dia nas palavras", não há qualquer vontade real em fazê-lo."

(2) A escrita de Valéry é minha meta como crítico, e nas minhas postagens mais pessoais sobre cinema. Ela já valeria, penso, por si só ao meu comentário de resposta ao Nando, dentro daquilo que tomo por positivo na poesia/letra, que é a clareza, a dosagem das abstrações. Mas, por divertimento, achei por bem manter o tom (que por sinal você infla de seriedade para [e sinto isso se anunciar] depois denunciar as "minhas contradições" na tréplica; o que acho confortável, esse teu criticar de longe, à base dum comentário escrito em quatro, cinco minutos, mantendo-se fora da questão que se levantou na caixa de comentários).

"O que me pareceu, exclusivamente quanto a estes últimos comentários seus, é que eles se encontram embriagados com a sabedoria de suas ideias, evidências inescapáveis de suas certezas, completamente auto-suficientes em seus assaltos, que mais se assemelham a uma técnica argumentativa de defesa antecipada a qualquer discordância."

(3) Embrigado de sabedoria por achar (em linhas econômicas) o Valéry sereno e justo na sua posição sobre a poesia (e que ampliei para o campo da letra) mais hermética e aleatória? Porque pelo que eu me lembre, não fui muito além disso.

(4) Hoje é meu aniversário, queria ganhar uma certa caixa do Pialat! :D (olha eu sorrindo enquanto tomo suco de mangaba.

José "Soneca" Roberto disse...

A generosidade, acredito, é um valor que nós dois prezamos em uma discussão, especialmente quando a pressentimos - ou algo afim - naquele que está do outro lado. O que de fato me incomodou é que seus comentários - a este post e ao anterior, os únicos que li - me pareceram eludí-la por completo, em troca desse raso tom provocatório que eu também assumi, propositalmente, em minha tréplica e que é tão fácil de destilar. Seja para mim ou para você. Afinal, é uma postura que a gente adotou na internet durante um bom tempo, seja no YMDB ou nos bate-papos da UOL. Minhas palavras, que provocaram esta sensação de ser "desestimulante responder a cartadas tão óbvias de réplicas, à base do desmerecimento nomeado em termos tão pueris de ofensa" espelham a forma das suas, e o incômodo por elas gerado talvez lhe revele mais sobre o que pensei ao ler o que você escreveu do que qualquer lenga-lenga de minha parte.

Acho que você estaria de acordo se eu disser que esse tipo de comentário é tudo - divertido, por certo -, menos generoso ou estimulante para uma discussão nos moldes do blog do Bruno, por exemplo; além de parecer-me completamente desproporcional ao que achei ser a proposta do blog do Tatanka, um espaço em que ele compartilha, com os que lhe são caros - um universo que certamente não se resume a nossas bundinhas -, aquilo que o pega pelo ouvido. Simples assim. Sequer me arrisquei a entrar no mérito da discussão acerca do "In Rainbows" - tenho um profundo desconforto para escrever sobre música -, por isso não me utilizei do post anterior.

Não me interessa, destarte, a hipocrisia do bom tom; mas, para ecoar em ideias de outrem, o tom justo. Conceito de difícil aplicação, né? Tanto quanto os de clareza, ou dosagem. Posto límpidos quando nos defrontamos com eles. Não me foi o caso, aqui.

Não possuo a tara da última palavra, embora reconheça o efeito que ela possui no discurso. Considero, ainda, que seria leviano e redundante se emendasse uma réplica específica a este teu último comentário - primoroso, diga-se de passagem. A gente escreve melhor quando embainha a peixeira. No mais, escavando a putaria da minha tréplica, você verá que o que me convinha falar a respeito desse imbróglio permanece lá. Por ora, ao menos.

Entre o que você disse, achei alguns pontos preciosos, ainda que tangenciais: a própria ideia de eventual gratuidade das abstrações poéticas ou aquela da inevitabilidade da intimidação em opiniões críticas. Essas ideias evitam que a gente descambe para um beco retórico sem saída, como normalmente se dá nessas ocasiões. Algumas coisas a se pensar, enfim.

Porra! Tinha esquecido do caralho do teu aniversário! A gente bem podia estar tomando uma... Próxima vez que eu aparecer por aí vou levar duas garrafas de cachaça pra gente comemorar atrasado - depois que comecei a beber cana de verdade, passei a achar mais crível aquela
tua história, embora ainda não tenha me convencido por inteiro. Parabéns, mizera. Deus o abençoe com a peia do anjo Gabriel. A gente se bate no MSN, eventualmente.

P.S.: A "bata do honnête homme" é um belo dum termo; "prócer da elevação do nível intelectual dos blogs contemporâneos" ficou muito longo. Faltou ritmo e, você sabe, uma boa vergastada deve-se, sobretudo, ao compasso das palavras. "Jesuíta do intelecto" soa melhor, não?

bruno andrade disse...

Enquanto lia tudo isso imaginei Zumpa e Guioday sentados na varanda à beira da praia, tomando umas margheritas, e eis que me ocorreu a inevitável pergunta: qual dos dois teria o pé mais feio?

Esse preá fedorento que atende pela alcunha de Zumpa devia se dar por satisfeito se aceito num megamix em homenagem aos áureos tempos do Dj BoBo e seu top hit Everybody.

Fique atento, filho da puta, que eu vou é dar uma boa vergastada no teu foibute. Continue insistindo e vais descobrir logo logo quanto mede a bata do honnête homme.

Quem gosta de Radiohead, gosta de Todd Solondz. É a mesma coisa. Podre.

Especialmente pra você, Zumpa, e tudo o que você representa: http://www.youtube.com/watch?v=_0JrmT3FjBE

José "Soneca" Roberto disse...

Também te amo, querido Bruninho. Tomara que seus sonhos eróticos com meus pés envoltos em caramelo continuem provocando suas agradáveis ejaculações noturnas.

DJ BoBo é aquela viadagem de costume. Mas não é só a mania de dar a bunda a estranhos em campeonatos de bocha que eu não compartilho contigo, nada supera Eiffel 65 e o grande clássico Blue (Da Ba Dee). O clip é uma obra-prima à altura de "Carnossauro 3": http://www.youtube.com/watch?v=68ugkg9RePc

Dá uma olhada nisso e me imagina dançando em festinhas de aniversário quando tinha 13 anos e já era formoso como hoje. Nessa época eu aguardava com ansiedade o lançamento das coletâneas da Jovem Pan e sabia os melhores preços para alugar jogos de luz. Meu auge dance, bons tempos.

Outra em que eu detonava na pista - Sexy Eyes de Whigfield: http://www.youtube.com/watch?v=SEp5sZ17oBo

Licença que eu vou dar uma remexida antes de dormir. I've got some moves, man.

Um cheiro no cangote.