segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Espólios do Festival

Esse post era pra ter sido ontem, mas domingo eu nem sento no computador, e ontem com mais razão ainda, pois saí de manhã pra ir ver a final do Paraibano de Basquete adulto, o time de Pedro (meu irmão) ganhou do Campinense por uma diferença de 9 pontos alcançados no último quarto, sendo que os 3 primeiros foram disputados ponto a ponto. AABB hexacampeão paraibano de basquete, parabéns.

Agora, vamos ao Festival Mundo. Só fui no sábado mesmo, mas queria ter ido no domingo também, pois neste dia teve Mundo Livre e Chico Correa, mas preferi curtir a tarde do domingo vendo futebol, filme, e iniciando a série Boston Legal. Pois bem, falemos do sábado então.
O Festival estava programado para começar às 16 horas, porém, infelizmente como é de praxe no Brasil, atrasou, só foi começar com uma hora de atraso. Cheguei na Usina Cultural às 16:30 aproximadamente, e o pessoal da primeira banda estava preparando o som ainda. Nas primeiras músicas o som estava terrível, e o show foi interrompido nesses minutos iniciais entre uma música e outra para o pessoal ajeitar o som. Deixando a desorganização de lado, vamos às bandas.
As três primeiras bandas, como seus próprios nomes já deixavam antever (R.I.D., Soturnus e Dissidium), eram de Metal, ou mais precisamente de um subtipo do Metal, mas não sei precisar o nome dessa vertente, só sei que não cantavam, mas vomitavam as letras, não dava pra entender absolutamente nada (junta o som não tão bom com a forma agressiva de os caras cantar e fica tudo uma maravilha). Durante essa tortura inicial, fiquei afastado do palco, tomando cerveja com o Koto, o Urso, o Manteiga e o Caveira, olhando de longe essa fauna peculiar formada pelos headbangers .

Aqui vale dizer que sempre entre uma banda e outra eram exibidos curtas de horror, mas numa sala que ficava um tanto afastada do palco, o que não facilitava na logística de quem quisesse ver os shows, ainda mais levando em conta que quando acaba a sessão a outra banda geralmente tinha começado. De qualquer forma, nesses 3 shows iniciais, como não me interessava muito, fui ver alguns curtas. Nada de tão interessante, pelo menos eu vi o curta que o amigo Arthur Lins fez para uma oficina, um filme sem roteiro que serve apenas como um exercício de ambientação inspirado no Dario Argento (um exercício interessante diga-se).

Voltando aos shows, a única coisa digna de nota desses 3 primeiros foi a terceira banda que tinha uma música chamada Michael Myers, que era igual a todas as outras, mas em compensação ao final da música eles tocaram a característica trilha do filme Halloween (em tempo, o nome da música é o do assassino do filme de John Carpenter - por favor não me venham com a porcaria do remake do Rob Zombie).

A 4ª banda foi a pessoense Cerva Grátis, e aqui a coisa começa a melhorar. Eles fazem um som voltado pra rock/pop com uma pegada mais hardcore/punk, e pelo que vi na platéia tem suas tietes que conhecem suas músicas. A banda é formada por 3 integrantes, o trio básico quitarra/baixo/bateria. O baixista tava com uma camisa que fiquei com inveja, do filme The Evil Dead do Sam Raimi. Tocaram um cover interessante do Wolfmother, que foi a música Woman. Engraçado é que no palco fica um isopor com o nome da banda, cheio de cerveja, e eles jogam a cerva pra galera. Quer dizer, as primeiras eles jogaram, mas algumas estouram, aí passaram a jogar pertinho do palco, o que fez reunir uma revoada de animais atrás de cerva grátis (se a cerva fosse boa eu tava lá também, mas Brahma Fresh, nem de graça).

Vídeo de Cerva Grátis num show em Fortaleza:



Depois veio a banda Distro, do Rio Grande do Norte. Essa banda já tinha uma levada um pouco mais pop do que a anterior, lembrando muitas vezes a banda Weezer, algo que cheguei a comentar com o pessoal da banda. Pra minha surpresa um dos guitarristas disse que nem conhecia tanto o Weezer, mas que o pessoal já falava isso pra ele, enquanto que o baterista da banda disse que realmente eles tinham sim semelhança com a banda norteamericana. A banda é formada por 2 guitarras, baixo e bateria, e não tinha tietes como teve a banda anterior (se não me engano, é a primeira vez que tocam aqui). E se a banda anterior, Cerva Grátis, distribuiu, err, cerva grátias, a banda Distro jogou pra galera fósforos personalizados, um caiu direto na minha mão, guardei aqui em casa, pode vir a calhar. Abaixo um vídeo do Natal Rock Sessions.



Depois veio a banda sergipana The Baggios. E aí quando a banda começou eu pensava: PUTA QUE O PARIU, ISSO É BOM PRA CARAMBA, assim mesmo em caixa alta. Lógico que sendo eu do jeito que sou, fui logo pra primeira fileira, algo fácil, pois nessa altura não tinha quase ninguem por ali mesmo. E que som espetacular. A banda é só uma guitarra e uma bateria, ao melhor estilo White Stripes, e fazem um som que é um hard rock com base no blues que lembra o Led Zeppelin e o Deep Purple, as vezes tinha pitada do Hendrix, e só tocavam músicas próprias, o que é digno de aplausos (justiça seja feita, todas as bandas tocavam músicas próprias, até as de metal). Os pedidos de música pra o guitarrista eram vários, eu mesmo implorei por uma música do Zeppelin, outros pediam Purple Haze, entre outras no mesmo estilo. Enfim, até o momento, sem dúvida a melhor banda, o cara na guitarra mandava ver. Pena que os shows eram curtos, e rapidamente acabou, queria muito ver um show completo dessa banda sergipana. E seria interessante ver também uma banda completa, com baixo e uma gaita. Um pouco do som dos caras:



Depois foi a vez da banda Sacal. Juro que não saquei (não resisti) a banda. Rock com rap ou é hip/hop, acho que era por aí, só ouvi uma música e não aguentei e saí, fui é tomar cerva e conversar com o pessoal das bandas que tavam por ali por trás. Eu posso até estar sendo injusto com a banda, mas hip hop não me desce de jeito nenhum.



Por fim, foi a vez de Burro Morto, a banda que tem o som mais maduro dentre as bandas que tocaram no sábado. O som é um progressivo/psicodélico quase todo instrumental, bem trabalhado, viajante, pra se ouvir depois de tomar várias (como é o caso de quem vos escreve). Nem vou falar muito, olha um vídeoclipe aí:



Ao fim de Burro Morto eu já estava (lá vai) morto de cansaço, e não fiquei pra ver o DJ francês, que segundo me relatou um amigo que trabalha por lá (o Ivo da livraria), ouviu quando ele tava passando o som, e pareceu ser bom, ele fazia uns beatboxes e tal. Não vi, fica pra próxima (se tiver, mas DJ não é minha praia mesmo).

O sábado foi interessante, mas pra um Festival que faz 5 anos, deveria ser mais bem organizado. Atraso de uma hora, sem comida lá dentro, e o pior, era sem retorno - falha gravíssima, eu que cheguei desde o início, saí morrendo de fome, e poderia haver mais tendas, poderiam ser um negócio maior. Mas tudo bem, o importante é termos um Festival desse por aqui, e que melhore sempre a cada ano que passa, e mais bandas possam surgir por aqui, pra dar uma movimentada no nosso cenário musical.

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